“O projecto Prometeu/Artaud consiste num díptico que aborda a urgência de reflectir sobre a macro-ideia da força que o Poder exerce sobre o Outro, sobre o corpo do outro, como forma de o subjugar e dominar dentro daquilo que é considerado a norma. Ao escolher o Prometeu Agrilhoado de Ésquilo como um dos textos a trabalhar, começamos pelo início e pelo símbolo daquele que é considerado o herói trágico transgressor que o tempo, ao longo dos séculos, referencia como a figura do rebelde, do revolucionário, do que transgride e se sacrifica por uma causa: a defesa dos seres humanos. Na nossa sociedade, de matriz judaico-cristã, existe uma relação forte da imagem do artista como uma espécie de Prometeu, um homem titânico. O ser humano é prometeico porque, ao ser criado à imagem de Deus, também ele é um criador. É nesta tensão que a escolha do segundo texto deste díptico — Momo, de Antonin Artaud — surge como fundamental e estruturante para o projecto”.

Álvaro Correia

Álvaro Correia é professor do Departamento de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema, onde lecciona a disciplina de Interpretação desde 2000. Pertenceu à Comuna – Teatro de Pesquisa entre 1989 e 2015, tendo participado como actor em quase todas as produções teatrais desse período, e encenado textos de Pinter, Abel Neves, Albee, Lars Nóren, Molière, Beckett, Ibsen, Falk Richter, Bernard-Marie Koltès, entre outros. Como actor, já participou em projectos dirigidos por encenadores como João Mota, Miguel Loureiro, Mónica Calle, Jorge Andrade e Ricardo Neves-Neves.

A partir de Ésquilo e de Antonin Artaud | Encenação de Álvaro Correia

Cenografia André Guedes

Desenho de luz Manuel Abrantes

Interpretação Álvaro Correia, Adriana Aboim, David Esteves, Bruno Soares Nogueira, Júlia Valente, Carla Bolito

Produção executiva Nuno Pratas

Geral | 13,00€