A História da humanidade é um quebra-cabeças e uma disciplina complexa para quem dela se ocupa com rigor científico. O conselho bondoso de que devemos aprender com ela, para que não se repitam os mesmos erros, seria ideal se tal fosse possível. Não é, porque os seres humanos, na sua essência, continuam a exibir sempre os mesmos defeitos (e virtudes). Contudo, no vastíssimo território da História universal, a Literatura vai buscar temas, personagens e ideias. Existem evidentemente os chamados «romances históricos», sempre apaixonantes, mas que se centram, principalmente, em figuras proeminentes, como reis, rainhas, políticos, generais, etc. É um facto indesmentível que a História é feita, maioritariamente, pelos vencedores e não por todos aqueles que experienciam acontecimentos relevantes sem deixar marcas nos anais poeirentos do Tempo. No entanto, há romancistas capazes de dar vida a essas personagens, integrando-as num momento histórico específico. Neste clube de leitura conversaremos sobre estes protagonistas iguais a todos nós, mas permanentemente imersos na História: Cashel Greville Ross, no livro de Boyd, (todo o século XIX), Baltasar e Blimunda no de Saramago (século XVIII em Portugal), Fabricio dei Dongo no de Stendhal (as campanhas napoleónicas), as mulheres recuperadas da Ilíada no de Barker, Saleem Sinai no de Rushdie, (a formação da Índia como nação) ou o próprio autor/jornalista no de Cercas (Guerra Civil espanhola).