Sinopse do Espetáculo
Quem morre mais de amor ou quem se sacrifica mais por amor na ópera, na literatura e na vida são mulheres. Elas expiam os males do mundo.
A morte mais bela (se é que a morte pode ser bela, todos precisamos de acreditar que sim...), a catarse perfeita é a morte por amor. A morte amorosa suscitou o repertório mais marcante do mundo da ópera desde o seu nascimento até aos nossos dias, bem como repertório de câmara notável. Na ópera morre-se a cantar, outra catarse perfeita – o canto da morte. Este espectáculo traça o percurso de uma mulher que morre continuamente de amor, até à exaustão suprema. O amor fá-la viver de novo, para morrer outra vez. Um eterno retorno. Um eterno sacrifício, onde todos os músicos participam. Quem vence no final? O amor ou a morte? – a violência do amor, a violência das relações, a violência da procura pela felicidade.
O suicídio por amor, da Canção perpétua de Chausson, onde à maneira de Ofélia, a heroína afoga-se no rio, ou a morte de Isolda revisitada pelo compositor António Chagas Rosa. A morte por loucura amorosa com a Virgem louca de Rimbaud, na versão de Luis Soldado, passando pela Katierina Ismailowa da ópera Lady Macbeth de Mtsensk de Shostakovitch que mata e se mata por amor, culminando com Competência para amar dos Clã - traçam este itinerário suicida e libertador, que se apresenta finalmente em Lisboa, no âmbito da 1ª edição do LIEDFEST.
Estreia e co-produção: Teatro Nacional São João 2016
“Chanson Perpétuelle”, Chausson
“Sei só eu”, António Chagas Rosa
Excertos Lady Macbeth de Mzensk Shostakowitch
“A virgem Louca” Luís Soldado
“Competência para amar” Clã
Ficha Técnica:
Lígia Roque direcção e espaço cénico
Catarina Molder, concepção musical, figurinos e soprano
Sérgio Moreira, desenho de luz
Veronika Taraban, violino
Teresa Jesus, violino
Amadeu de Resendes, viola
Pedro Serra e Silva, violoncelo