A Lenda da Serpente Branca é uma das mais célebres histórias de amor da tradição folclórica chinesa e ocupa um lugar de destaque entre as quatro grandes lendas

românticas do país. A história desenrola-se nas margens do Lago do Oeste, onde uma serpente branca, Bai Suzhen, após mil anos de cultivo espiritual, atinge a transformação para a forma humana. Acompanhada pela serpente verde, sua fiel companheira, ela desce ao mundo dos mortais, onde conhece Xu Xian, um jovem modesto que trabalha numa farmácia. A serpente branca e Xu Xian apaixonam-se à primeira vista e acabam por casar.

No entanto, o monge Fahai, fiel aos preceitos do budismo, vê a serpente branca como uma criatura demoníaca e compromete-se a separar o casal. Movido pela sua fé, Fahai incita Xu Xian a duvidar da verdadeira natureza da sua esposa. Para proteger o marido e revelar a sua identidade, Bai Suzhen revela a sua forma verdadeira. Esta revelação dá origem a uma grande batalha no Templo Jinshan, onde a serpente branca e a sua companheira, a serpente verde, enfrentam Fahai. O confronto culmina no aprisionamento de Bai Suzhen sob a Torre Leifeng, separando-a de Xu Xian para sempre.

O espectáculo de dança original A Lenda da Serpente Branca, produzido pela Associação Cultural Chinesa Pensamento Oriental, utiliza a música tradicional como pano de fundo, e a dança como meio para transmitir as emoções da história. Através da linguagem corporal, o espectáculo expressa o amor de Bai Suzhen, o dilema interior de Xu Xian, a vivacidade da serpente verde, e a determinação de Fahai. A tragédia do desfecho na Torre Leifeng é reinterpretada à luz do conceito de reencarnação, simbolizando a eterna renovação do amor.

Esta criação original da Associação Cultural Chinesa Pensamento Oriental representa uma fusão entre tradição e modernidade. Para além disso, convida a uma reflexão sobre o amor, a lealdade e a complexidade da natureza humana.