Com Helena Vasconcelos
Neste nosso tempo de todos os perigos, o medo, nas suas infinitas variações, é constante. Sabemos que este sentimento/sensação, comum a todos os seres vivos, é uma resposta emocional, básica e instintiva às ameaças, sejam elas reais ou imaginárias. O medo, necessário para provocar uma reação, é, ainda, um mecanismo de sobrevivência, um aviso em relação a algo que nos intimida, no presente ou no futuro, embora possa, também, paralisar-nos e tornar-se doentio. Não há melhor arma para combatê-lo do que transpô-lo para a Literatura, onde se transforma numa narrativa de que podemos fruir e que nos dá espaço para a análise. Pondo de parte a óbvia literatura de horror, focar-nos-emos, neste Ciclo, em temores mais subtis, seja com Barnes no que diz respeito às ameaças dos totalitarismos ou à mudança radical, sentimental e política com Erpenbeck, seja na visão acabrunhada e poética da obra de Eliot (pela primeira vez discutiremos um poema no nosso Clube de Leitura). Falaremos, ainda, do receio da intimidade no romance de McEwan, da dificuldade em enfrentar a depressão com Plath e dos grandes temores perante a violência na obra de Han Kang que nos transportam para o universo das mulheres e da repressão.

Boas leituras.

 Programa

·         O Ruído do Tempo, Julian Barnes, Quetzal Editores
·         Terra Desolada, T.S. Eliot, ed. Assírio & Alvim
·         Na Praia de Chesil, Ian McEwan, ed. Gradiva
·         A Campânula de Vidro, Sylvia Plath, ed Relógio D’Água
·         Despedidas Impossíveis, Han Kang, ed. Dom Quixote
·         Kairos, Jenny Erpenbeck, ed. Relógio D'Água

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