Sinopse do Espetáculo

Sucesso absoluto no Brasil, Susana chega agora a Portugal.
No monólogo, Susana interpreta uma atriz que repensa a sua vida momentos antes de entrar em cena para dar vida a Lady Macbeth.

De um lado, uma das personagens mais icónicas da dramaturgia mundial. Do outro, uma das mais importantes e populares atrizes brasileiras. O encontro entre Lady Macbeth e Susana Vieira dá-se em "Lady”, texto inédito de Vana Medeiros escrito especialmente para a atriz, que intercala a sua própria biografia com alguns dos mais belos excertos da obra original de Shakespeare. Com encenação de Leona Cavalli, o monólogo estreia em Lisboa no dia 4 de setembro, para uma curtíssima temporada no Teatro Armando Cortez – Casa do Artista. O espetáculo estará em cena até ao dia 21 de setembro, seguindo depois para digressão por cinco cidades portuguesas. A produção é de Edgard Jordão e da Vive Produções.

Em "Lady”, a protagonista é uma atriz que revê a sua vida minutos antes de entrar em palco para interpretar Lady Macbeth, a emblemática personagem de Shakespeare. A vida da própria Susana mistura-se com passagens do autor inglês, numa viagem pela sua trajetória pessoal e profissional, que se revela num texto franco e corajoso. "Sempre sonhei interpretar Lady Macbeth. Gosto de todas as peças de Shakespeare, são histórias que abordam os grandes defeitos humanos: egoísmo, vingança, inveja, adultério. Acho que todos os sentimentos e atos negativos do ser humano estão lá, e Shakespeare consegue levá-los ao palco, provocando uma reflexão profunda”, afirma Susana.
Susana também desejava montar um texto inédito e revisitar a sua história em cena. A combinação desses dois universos originou um espetáculo que propõe um diálogo intenso e bem-humorado com o público. "Decidi aproveitar e contar a minha história, falar desta vontade de interpretar um clássico, mas também mergulhar na minha biografia. E então vou conversando com o público, partilhando tudo o que vivi, como foi a minha carreira, e presto homenagem às grandes atrizes com quem trabalhei”, explica.
A ideia do novo espetáculo surgiu da parceria entre o produtor Edgard Jordão e Susana Vieira. Juntos, protagonizaram uma bem-sucedida temporada com "Shirley Valentine” e quiseram dar continuidade com uma nova criação. "A Susana queria fazer Shakespeare e, ao mesmo tempo, tem histórias incríveis. Decidimos juntar as duas coisas e assim nasceu ‘Lady’. Ela é uma parceira extraordinária – trocamos ideias o tempo todo, temos uma relação de mão dupla, respeitamo-nos, admiramo-nos, ouvimo-nos, discordamos, e é um casamento que resultou. Ao longo dos anos, criámos códigos que ficam para sempre”, partilha Edgard.
O texto é também uma ode ao teatro. "Tenho um enorme respeito pelo teatro. Novas tecnologias surgem – chegou a inteligência artificial –, mas o teatro ninguém consegue derrubar. Na verdade, nada substitui o contacto do público com o seu ator ou atriz, com o seu autor preferido. Enquanto houver um ator vivo em palco, haverá também uma alma viva na plateia, nessa comunhão”, sublinha Susana.
Para dirigir "Lady”, Susana escolheu uma atriz por quem tem grande admiração, Leona Cavalli, que já tinha um projeto documental sobre a sua vida. "O que me atraiu foi o convite irrecusável da Susana para a dirigir numa peça que une momentos da sua vida com uma das maiores personagens da dramaturgia de todos os tempos. Sempre admirei a Susana, não só pela magnífica atriz que é, com uma imensa capacidade de passar do drama à comédia em segundos e comunicar com qualquer público, mas também pela sua autenticidade e força – uma mulher que enfrenta todos os desafios e se reinventa constantemente”, afirma Leona.
Um espetáculo sobre duas mulheres tão fortes só poderia ser escrito por outra mulher. A eleita foi a dramaturga Vana Medeiros, que mergulhou na biografia de Susana Vieira e teve inúmeros encontros com a atriz e com Leona para criar o texto.

Crítica – José Cetra – Crítico e jurado do prémio APCA de teatro
Em "Lady”, uma atriz prepara-se para interpretar Lady Macbeth na peça de Shakespeare e conversa com o público nos intervalos dos ensaios. O bem construído guião de Vana Medeiros intercala cenas da tragédia com momentos da vida e obra de Susana, proporcionando ao público 90 minutos de bom teatro.
Susana domina completamente o palco, quer quando adota os tons shakespearianos nas cenas da tragédia, quer na espontaneidade com que fala da sua vida e da sua carreira na televisão brasileira. Irreverente e espirituosa na medida certa, conquista o público com rara empatia e brilho nos olhos.
Há uma enorme sinceridade nos seus relatos. Não poupa críticas a situações e pessoas (sem as nomear) e fala abertamente sobre doença e o relacionamento tóxico com o último companheiro. Susana comove e faz rir, consoante o momento.
Num dos momentos, a atriz evoca Dulcina, Tônia Carrero, Bibi Ferreira e Marília Pêra – grandes inspirações na sua carreira. Aliás, é inevitável notar a semelhança com Marília, na forma como conjuga humor, ironia e ousadia – algo raro mesmo entre as melhores atrizes brasileiras.
Para contar esta história, a ficha técnica conta com nomes como Chris Aizner (cenografia) e Karen Brusttolin (figurinos), entre outros.

PREÇOS