Sinopse do Espetáculo
Companhia de Dança Contemporânea de Angola
Abordando os terrenos da emigração, a peça Onde o vento não sopra propõe-nos um olhar sobre a complexidade das conexões humanas na construção de uma teia que se entrelaça em diferentes direções. A viagem, a apropriação e a expropriação; a adaptação e a negociação entre as diferentes culturas, bem como a povoação de espaços geográficos e culturais comuns, geram novos processos identitários; E a casa como metáfora da intimidade e do porto seguro, mas em risco de desmoronamento permanente, tal como os projetos em tempo de guerra, onde a incerteza impõe a obrigação de viver “um dia por dia”. Recorrendo a um alfabeto de interpretações múltiplas e multiplicadas construído por eles próprios, os bailarinos contam as suas e as histórias de outros, narrando experiências por vezes únicas, por vezes partilhadas. Os seus discursos remetem-nos para as imagens que, diariamente, nos franqueiam a porta e nos apresentam pessoas em trânsito constante, transportando em trouxas o sonho de uma vida perfeita ou a esperança de um regresso futuro. Entradas, saídas, humilhações, fronteiras e perseguições são alternadas com longas pausas para contar as estrelas e pensar se a viagem terá um fim. Enquanto fenómeno complexo que reflete, em simultâneo, as desigualdades e as interconexões globais, a peça propõe a discussão sobre como a emigração conduz ao desafio de se encontrar um equilíbrio que harmonize a presença de outros universos com as sociedades de acolhimento, criando condições para uma coexistência harmoniosa e próspera. Apesar dos diálogos frequentemente sobrepostos e das contradições geradas pela diferença, há sempre uma letra comum que se repete em cada linguagem. Se formos capazes de compreender as causas e respetivas consequências desta “transfronteiridade”, estaremos aptos para integrar, como forma de promover o desenvolvimento sustentável e como prática para construir o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades de todos.
FICHA ARTÍSTICA/TÉCNICA
Conceção e composição coreográfica: Ana Clara Guerra Marques
Criação de Alfabeto coreográfico e estudos para solos e duetos: Bailarinos da CDC Angola
Música/Sons: Nine Inch Nails, Tiago Oliveira
Texto: Frederido Ningi (in textos da areia)
Fotografia e Videografia: Rui Tavares
Bailarinos: Andy Medrano, António Sande, David Daniel, Gabriel Lopes, Jéssica Sanga, José Ndumbu, Marcos Silva e Samuel Curti
Luz: Paulo Cunha
Som: Gildo Vigário
Guarda Roupa: Carla Rodrigues
Produtor Executivo: Jorge António
Imagens / Vídeo: Rui Tavares
PREÇOS
Cadeiras de Orquestra e 1.ª Plateia | 8€
2.ª Plateia e Balcão | 6€
Descontos
Bilhete estudante | maiores 65 anos | grupos 10 pessoas | desempregados | profissionais de artes performativas e de música