A sincronização da diversidade. 

Os períodos de grandes transformações culturais e sociais exigem da coreografia humana movimentos complexos sujeitos à reinvenção. Essa reinvenção e experimentalismo, para projeção de futuro, tem acelerado, embora haja a sensação de que o futuro em si mesmo é agora uma ideia ultrapassada pela vertigem da desmaterialização.

Neste GUIdance, abordamos a importância do corpo, da sua representação enquanto tecnologia de futuro e a implicação de um conjunto de revoluções sincronizadas no tempo, que afetam o nosso poder cognitivo e a construção da vida em comunidade.

À 15ª edição, fazemos regressar a grandiosidade de presenças passadas (Akram Khan, Marie Chouinard, Olga Roriz, Tânia Carvalho, Joana Von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristovão), que tornam relevante o investimento nas relações e nas matérias que constituem o nosso humanismo. E também abrimos espaço para a descoberta de outras vozes (Janet Novás, Ermira Goro), para que a referida reinvenção e o experimentalismo nos ofereça novas formas de pensar e sentir, como possibilidade de crescimento de todas as nossas diferenças.

A sincronização da diversidade é agora um processo que desafia a nossa evolução e nada melhor do que canalizar essa revolução de diferentes vontades através da dança, e de histórias que podem trazer compreensão aos nossos dias e empatia ao nosso olhar.

A viagem será intensa, tal como em edições anteriores, mas a manifestação expressiva da arte e das diferentes formas do imaginário humano, fará deste GUIdance um enorme campo sensível e um repto à possibilidade de sincronizar coisas improváveis.

Dancemos, então, em sincronia, pela diferença que nos carateriza.

Rui Torrinha